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domingo, 1 de julho de 2012
Quem foi Jean-Baptiste Roustaing
Já participamos de alguns seminários sobre as obras de Roustaing e confesso que me interessei sobre o assunto e tenho lido e assim passei a me tornar seguidor das idéias de Roustaing , ele que foi também como Kardec grande propagador das idéias espíritas . Para maiores informações consulte também o site : www.casarecupbenbm.org.br
(Robson Freitas )
O Missionário da Fé
Jean-Baptiste Roustaing (em família cognominado St.-Omer) nasceu em Bègles, ao sul de Bordeaux, a principal cidade do departamento da Gironde, às 8 horas da manhã do dia 15 de outubro de 1805 (14 de vindemiário do ano XIV), na chamada Porte de la Pont de Saint-Jean n. 1. Era filho de François Roustaing, negociante, e de Margueritte Robert. Como foi revelado por Humberto de Campos, através do médium Francisco Cândido Xavier, na obra Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, J.-B. Roustaing foi um dos quatro missionários que acompanharam Allan Kardec, cabendo-lhe a missão de "organizador do trabalho da fé do Espiritismo" (cap. XXII, p. 158, 1ªed. da FEB, 1938). Ele tinha três irmãos: Joseph Roustaing (em família cognominado Adolphe), o mais velho, nascido em 6.10.1803, às 11 horas, naquela mesma casa da Pont de Saint-Jean, e desencarnado em 7.12.1852; Alfred (provável cognome familiar), que ainda estava encarnado em 1879 e não deixou filhos; e Jeanne Roustaing (em família cognominada Mathilde), nascida em 1815 e desencarnada em 30.3. 1898. Em 1861 ela residia na rue Sainte Eulalic nº 10, em Bordeaux, com o marido Jean Naubert (desencarnou em 30.7.1873) e não tiveram filhos. Joseph Roustaing, dito Adolphe, era negociante de vinhos, tendo se casado com Catherine Zoraïde Gautier (1818-24.8.1884). Em 1861, morava com a mãe na rue Bouffard nº 50, em Bordeaux, nascendo dessa união os filhos François Roustaing (cognominado em família Joseph) (1847-27.1.1909), tabelião em Targon, e Jean-Baptiste Roustaing (em família cognominado Georges) (1850-26.9.1886), fabricante de rendas. François casou-se em 1871 com Sophie Godefroy, desencarnada em 1929. Esse Jean-Baptiste, além de sobrinho, era afilhado do missionário Jean-Baptiste Roustaing (Saint-Omer). Seu trisavô, Jean Roustaing, morto em 1754, era cirurgião. Outros membros da genealogia, ascendentes e descendentes, estão identificados em árvore apresentada noutro local deste livro, a qual cuidadosamente montei, de maneira muito bem documentada, baseado em informações e registros que obtive em Bordeaux e outras localidades, após longos e exaustivos contatos.
(Em vários documentos legais que recebi de Bordeaux encontrei, ao lado dos nomes legítimos, o aposto "em família", como por exemplo o caso de Jean-Baptiste Roustaing "en famille St.-Omer". Trata-se de cognomes muito usados até hoje e que são levados em conta até mesmo pelos cartórios da cidade. No final deste livro reproduzo minha troca de correspondência com autoridades da Gironde e de Bordeaux, a propósito dessa questão.)
A família não possuía grandes recursos e Roustaing passou a juventude cheia de dificuldades, de muitos problemas e de não poucos percalços, contingências que o obrigaram a trabalhar cedo a fim de poder estudar. Essas aperturas acompanharam-no até a adolescência e a idade adulta, indo-lhe afetar seriamente a saúde. Não conseguia tempo sequer para o indispensável repouso físico. Mas nem por isso se deixou desanimar. Matriculado inicialmente no Liceu da Cidade (Bordeaux), seguiu depois para Toulouse, aonde foi fazer o curso de Direito. (Tenho comigo em xerox as notas que lhe foram atribuídas.) Já então os recursos de seu pai se haviam esgotado, não podendo contar com mais ninguém a não ser com ele mesmo. De vontade firme e decidido a alcançar seus objetivos, fez-se professor de literatura, ciências, filosofia e matemáticas especiais, a princípio em Toulon, onde residiu de 1823 a 1826. Com o dinheiro que recebia das aulas sustentava-se e custeava os seus estudos das Leis e do Direito, conseguindo assim doutorar-se após ingentes sacrifícios. Estagiou em Paris, de 1826 a 1829, quando estudou procedimentos legais em um dos melhores centros de cultura da capital, a fim de ingressar na advocacia, provavelmente em 1830. Esta data me foi fornecida, em 15.9.71, pelo então presidente da Ordem dos Advogados de Bordeaux, R. Brouillaud, em resposta a uma carta que lhe enviei: "De 1826 à 1829 il aurait éffectué son stage pour entrer au Barreau vraisemblablement en 1830."
Anos depois fixou-se em Bordeaux, sua terra natal. Ali veio a destacar-se como eminente jurisconsulto, dada a sua cultura, seu trabalho, segurança e bom senso, granjeando a admiração e o respeito dos mais ilustres homens públicos da cidade. No dia 13 de agosto de 1847, inscreveu-se na Ordem dos Advogados de Bordeaux e, já no ano seguinte, exatamente a 11 de agosto de 1848, com apenas 42 anos, ele é eleito bastonário da instituição para o ano judiciário de 1848/1849. Bastonário (bâtonnier) corresponde, em França, ao cargo de chefe ou presidente da Ordem. Esse honroso título é conferido ao advogado de maior saber jurídico e de reconhecida probidade pessoal e profissional, escolhido entre outros. Constitui uma homenagem à pessoa distinguida com tão dignificante preferência. Estes dados também me foram fornecidos em 1971 por R. Brouillaud. Três anos depois, em 10 de agosto de 1852, Roustaing foi indicado para o cargo de secretário do Conselho durante o ano judiciário de 1852/ 1853. Em 2 de agosto de 1855, deixou as funções administrativas da Ordem para a qual, portanto, trabalhou por sete longos anos. É oportuno salientar que, à época, Bordeaux era já a terceira cidade do país em importância. Roustaing "foi um jurisconsulto sábio e profundo, advogado poderoso pela sua dialética e pela atração da sua eloquência. Possuía, também, no terreno das coisas humanas e divinas, uma ciência e uma erudição excepcionais, hauridas em trabalhos imensos e em extraordinários estudos" (Les Quatre Évangiles de J.-B. Roustaing. Réponse à ses Critiques et à ses Adversaires. Édité par les élèves de J.-B. Roustaing. Bordeaux. Imprimerie de J. Durand. 1882, p. 133). [Ver nota 3 na p. 48 deste livro.]
Em 24 de agosto de 1850, à tarde, faltando dois meses para completar 45 anos, Roustaing casou-se com Elisabeth Roustaing, conhecida por Jenny, e também com quase 45 anos, nascida no dia 13 de dezembro de 1805, na cidade de Ladause, cantão de Targon, Gironde. Era filha de Pierre Roustaing, proprietário, já falecido quando do casamento, e de Elisabeth Chéminade Saveune, residentes em Bordeaux, na rue d'Aquitaine nº 63. Ela era prima de Roustaing e viúva de Raymond Lafourcade. Com toda a melhor probabilidade podemos identificar o pai de Elisabeth como sendo o Pierre (nascido ou morto em 1759), filho do segundo casamento de Jean-Pierre Roustaing (1706-1769), bisavô de Roustaing. Minha conclusão provém do fato de que na genealogia que montei da família não há, daquela geração para baixo, nenhum outro Pierre. E que Elisabeth era parente não há dúvida, pois ostentava também o sobrenome Roustaing de solteira. Quando se casaram, Roustaing morava com os pais na rue Trois Conils nº 9. Ao seu lado ela participou ativamente das obras de caridade por ele desenvolvidas. Elisabeth desencarnou no dia 8 de novembro de 1878, às 10 horas da manhã, faltando apenas um mês para completar 73 anos, na rue Saint-Siméon nº 17, em Bordeaux, residência onde o casal fora morar.
A essa altura Roustaing houvera alcançado grande prestígio e lograra realizar-se economicamente. Trabalhando sem descanso durante três décadas, eis que, em janeiro de 1858, o ilustre advogado, já então conhecido por sua imensa bondade, vê-se novamente acometido de grave enfermidade que o leva a afastar-se das atividades profissionais. Não consegui elementos que pudessem esclarecer a natureza dessa enfermidade, sabendo-se entretanto que ela o molestou durante longo tempo, até o ano de 1861, quando retornou à advocacia, para júbilo de seus clientes e colegas. Então, completamente restabelecido, voltou às suas tarefas normais e aos deveres da sua profissão, passando novamente a dar presença nos tribunais e no escritório de trabalho.
Entrementes, desde aproximadamente o ano de 1860 Roustaing se entregara com mais empenho do que antes às ações beneficentes, de modo especial em Bordeaux e, também, no distrito de Targon, na região de Entre-deux-Mers, onde possuía na comuna rural de Arbis, uma propriedade de 17 hectares, adquirida em 1855. Era tido por seus discípulos e amigos como "homem de coração simples e de espírito humilde" (fonte citada na página anterior).
Roustaing desencarnou no dia 2 de janeiro de 1879, uma quinta-feira. Contava, portanto, 73 anos e 2 meses, e residia ainda na rue Saint-Siméon nº 17. Às 9:15 h do dia 4 daquele mês ocorreu o sepultamento, no cemitério da Chartreuse, na rue François de Sourdis, no jazigo Gautier. A localização exata é na Allée des sapeurs pompiers, 13ème série Nº 242, Côté E, 29e S. Entrando pelo portão principal e contando a partir dele, o caveau Gautier fica na segunda aléia à esquerda e ali está logo na primeira quadra. Ele leva o nome Gautier porque foi adquirido, em 18.4.1845, por Jean-Baptiste Gautier, cuja filha Catherine Zoraïde era casada com Joseph Roustaing (Adolphe), um dos filhos de François Roustaing e, portanto, irmão do missionário Jean-Baptiste Roustaing. Joseph será, pois, enterrado ali em 9.12.1852; depois, em 18.12.1855, será Marguerite Robert, sua mãe; em 3.11.1859 é inumado o pai François Roustaing; posteriormente, em 10.11.1878, recebe o corpo de Elisabeth Roustaing, esposa do admirável espírita; e antes que transcorressem dois meses, desencarna o próprio Jean-Baptiste Roustaing, no dia 2 de janeiro de 1879, sendo sepultado naquele mesmo jazigo no dia 4. Outros membros tanto da família Gautier quanto da de Roustaing foram ainda ali deixados, sendo que o último enterro aconteceu há menos de quatro anos, o de René Louis Roustaing, em 26.8.1997.(Biografia escrita por Julio Damasceno)
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